Episode 179: Bad Manners - a podcast by Eliaquim Sousa

from 2022-07-06T18:02:35

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And here is the monologue for your benefit:


Desde que me acidentei e não pude mais trabalhar fora, comecei a fazer salgadinhos para me bastar. Sei que minha família me ajuda, mas não quero ser um peso para eles. E até acabei descobrindo que sou um cozinheiro de mão cheia. De forma que, nas últimas semanas, muitos dos meus parentes que tinham sumido resolveram aparecer para filar uma boia.


Os últimos que vieram foram minha irmã e o filho xucro dela. Não vou com a cara daquele sujeito desde que ele era um bebezinho. Já nasceu com cara de velhaco. Era uma criança malcriada, e como a mãe o mimava, acabou crescendo achando que tinha o rei na barriga.


Mas fazia cinco anos que eu não os via, então quem sabe a coisa pudesse ter mudado de figura.


Fiz uma pizza de liquidificador para eles. Era um prato simples de fazer e gostoso de comer, além de eu não precisar gastar nada, já que tinha os ingredientes na minha casa. Fiz tudo com o maior gosto, caprichei no recheio e servi os dois.


Antes não tivesse servido nada.


O menino pôs de ladotoda a cebola que tinha na pizza. “Não gosto muito, tio,” ele disse olhando para mim com aquela cara deslavada. Minha irmã só sorria amarelo. Então ele pegou a fatia com as mãos – sujas, diga-se de passagem – e a meteu na boca com tudo, engolindo quase sem mastigar. Não sei como aquele infeliz não se engasgou, comendo com tanta agonia. Depois de engolir, ele lambeu os dedos, fazendo uma barulheira, e ainda teve o desplante de enxugá-los na toalha da mesa. Eu olhava para tudo isso altivo, tentando me controlar diante da empáfia daquele boçal enquanto conversava com minha irmã. Ela mesma não sabia onde enfiar a cara.


E ele repetiu isso com outro pedaço da pizza. E outro, mais outro e outro.


No fim, deu um arroto bem alto e disse: “tá salgada, né, tio? Carregou no sal, hein?”


Aí para mim não deumais. Dei uma porrada na mesa e mandei que minha irmã levasse aquele grosseirãoda minha casa. Eu não era obrigado a aguentar esse tipo de insulto não. Que viesse na minha casa e fosse um porco, tudo bem. Mas falar mal da minha comida, do meu ganha-pão? Isso eu não admito nem aqui nem na China.



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