Episode 197: Views on Civil Service - a podcast by Eliaquim Sousa

from 2022-11-09T14:45:08

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And here is the monologue for your benefit:


Quando éramos pequenos, minha irmã e eu sempre ouvíamos o conselho de nossos pais:


“Filhos, estudem bastante enquanto ainda são jovens, para passarem num concurso público quando estiverem mais velhos. Aí vocês podem comprar uma casinha, se juntar com alguém e formar uma família.”


Meus pais só queriam o nosso bem, mas, sabe, nunca fui CDF. Mesmo depois da escola, quando prometi a eles que estudaria para entrar para o funcionalismo público, não me dedicava. E tinha, claro, algumas razões para isso: não era interessante. Mas também havia discrepâncias no campo ideológico.


Veja só. O servidor público tem que percorrer uma trajetória longa e desagradável. Primeiro, tem que se inscrever em algum certame, mas, para isso, precisa esperar até um órgão público lançar um edital. Depois, tem que se preparar – fazer simulados, preparar um cronogramade estudos, colocar a mão na massa mesmo.


Depois, tem que enfrentar o nervosismo na noite que antecede a prova. E, se aprovado, ainda tem que passar pelo teste de aptidão e o psicotécnico. Só então é que tem a prova de títulos e, por fim, o funcionário entra no serviço público.


Mas, se pensa que acabou, não acabou não. Depois de “contratado”, o empregado vai ser lotado em algum lugar à escolha do órgão, normalmente constante no edital. E ainda vão passar alguns anos no estágio probatório. Se não for exonerado nesse ínterim, vai ser efetivado e, enfim, gozarde estabilidade.


Todo mundo pensaria que, depois de tantos obstáculos, quem trabalhasse no serviço público seria uma pessoa dedicada. Ledo engano. Depois que entram é que percebem a mamata que existe. Quem tenta fazer algo, não consegue. Existe muita morosidadenas repartições públicas. E como não podem ser demitidas, as pessoas fazem corpo mole. Além disso, tem muita peixada de político no serviço público. A maior parte dos departamentos vira cabide de emprego desse ou daquele político.


Eu mesmo não fui feito para isso. Meu negócio é a iniciativa privada.


Minha irmã Célia é que sempre quis ser funcionária pública – ela destrinchava as leis durante os estudos, fazia tudo que era simulado, ia para a biblioteca... e ela acabou de ser aprovada. Ainda está deslumbrada com o serviço e tudo o que pode fazer. Vamos ver se ela não se rende e acaba virando mais uma.


Afinal, a esperança é a última que morre.



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