Ep # 03 - Adaptação Cultural - a podcast by Networking para Brasileiros

from 2020-01-03T03:03:18

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O que você sente quando pensa na palavra “mudança”?
Talvez, você sinta medo, ansiedade, insegurança. É bem provável também que você sinta excitação, curiosidade, euforia. É incrivelmente interessante a mistura de sentimentos que o “desconhecido” é capaz de provocar na mente humana.
Mudança significa “se dispor de outro modo” ou ainda “habitar outro lugar”. Esse processo desloca, altera e transforma.
E quando falamos sobre “mudar de país”?
Parece ser uma experiência fascinante poder praticar uma nova língua, conhecer novas pessoas, aprender sobre uma nova cultura e um novo estilo de vida. Entretanto, a complexidade envolvida no período de adaptação cultural é regida por uma combinação de fatores. E evidentemente, acontece de maneira diferente para cada indivíduo.

“Em seu cerne antropológico, cultura pode ser definida como o resultado de um processo contínuo e dinâmico de construção e reconstrução da realidade por meio da interação social, da qual
surgem esforços para a satisfação das necessidades básicas do ser humano:
necessidades biológicas (do organismo), sociais (relativas às interações interpessoais) e socioinstitucionais, ou seja, aquelas referentes à sobrevivência e bem-estar dos grupos (Kluckhon,1951; Rokeach, 1973; Schwartz & Bilsky, 1987, 1990 apud Tamayo, 2000)”.
Em meados dos anos 50, o antropólogo canadense Kalvero Oberg cunhou o termo “choque cultural”. Cuja definição consiste em: “ansiedade provocada pela perda de todos os sinais familiares e símbolos inerentes às relações sociais entre indivíduos e grupos”.
Para ele, uma pessoa não nasce com a cultura. Ela nasce com a capacidade de percebê-la e de se apropriar dela. Conforme crescemos em determinado ambiente cultural e aprendemos como interagir socialmente neste ambiente, a cultura se torna nosso way of life, se torna uma forma segura, automática e familiar de conseguir o que queremos.
De acordo com Oberg, o processo intercultural pode ser sumarizado por quatro estágios sequenciais e cíclicos. Graficamente representado por uma curva semelhante a letra “U”, que descreve as subidas e descidas das emoções vividas pelo indivíduo.
Honeymoon. No início, tudo é novidade! A curiosidade, incessantemente, busca identificar as diferenças e as semelhanças existentes no novo ambiente. As descobertas são fascinantes.
Crise. Nesse estágio, surgem confrontos internos para assimilar os comportamentos e valores que a nova sociedade apresenta. Pode gerar confusão, frustração e até provocar rejeição à nova cultura.
Ajuste. Nessa fase, ocorrem os aprendizados, a internalização das normas e condutas sociais. A zona de conforto é restabelecida, cria-se respeito pela nova cultura.
Biculturalismo. Estágio no qual a adaptação se efetiva. Há consciência das diferenças culturais compreendidas. Ganha-se autonomia, gera-se um sentimento de satisfação e marca o surgimento da dupla identidade.
A pesquisadora sul coreana Young Yun Kim propõe um modelo de Adaptação e Crescimento pelo Stress. Esse processo é gradativo e é representado graficamente por uma curva espiral. Nele, o indivíduo alterna entre experiências estressantes e eventual crescimento e adaptação que resulta das adversidades. A proposta deste modelo é que destacar a importância de experimentar desafios, pois eles catalisam os aprendizados e a adaptabilidade, ou, seja, provoca o crescimento pessoal.
Estima-se que o tempo médio necessário para conclusão desta transição seja um ano.
A convidada de hoje é a Dani Vidal, do blog @vidalnorte.
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