#133 Histórias do Rádio 2: Ademar Casé e as 5 Estações da década de 1930 - a podcast by Peças Raras

from 2021-09-13T13:11:57

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O final da década de 1920 conta com a colaboração de alguns espertos e empreendedores comerciantes. Animados com o surgimento das fábricas de rádio, eles começam uma verdadeira cruzada para espalhar o novo meio de comunicação. Um desses pioneiros vendedores de rádio foi o saudoso Ademar Casé (avô de Regina Casé). Seu método era, no mínimo, curioso: ia até a casa ou escritório do possível cliente numa hora em que sabia que ele não estava. Lá, deixava o rádio ligado e um recado, dizendo que voltaria para conversar mais tarde. Com essa técnica, Ademar Casé vende tanto aparelho a ponto de conquistar a confiança da Philips (fábrica da qual era representante). Em depoimento sobre esse período, Casé explica como tudo começou.


Alguns anos mais tarde - em 1932 – passa a ter seu próprio programa na própria Rádio Philips, talvez a primeira emissora customizada do Brasil. Ou seja, uma rádio que tinha como motivação vincular o nome da Philips à da expansão do aparelho.


O Programa Casé teve longa e vitoriosa vida. Baseado em instruções da BBC de Londres, Casé revoluciona o conceito de rádio, fazendo um programa ágil e popular, com quadros fixos (um deles apresentado por Noel Rosa aos Domingos).


Esse foi só o primeiro passo de um grande arranque que o rádio viveu nos anos de 1930. Um fator foi primordial para esse crescimento: a propaganda. Autorizada por Getúlio Vargas em 1932, a publicidade no rádio começou com patrocínios e logo em seguida com comerciais avulsos, na forma de textos lidos pelos locutores e também de jingles – anúncios cantados. Só a título de curiosidade, Ademar Casé também inovou, ao apresentar em seu programa, o primeiro jinglebrasileiro, criado por Nássara. Em áudio que faz parte do CD que acompanha o livro Histórias que o rádio não contou, escrito por Reynaldo Tavares, Almirante, um dos compositores e cantores daqueles anos 30, relembra o refrão desse jingle.


A propaganda se torna a fonte geradora de recursos para a evolução do rádio em termos de número de emissoras e de qualidade de programação, iniciando um processo de profissionalização que, juntamente com a disseminação dos aparelhos receptores, transforma o rádio no mais popular meio de comunicação da primeira metade do século XX. Com mais verbas, os quadros passaram a contar com a participação crescente dos artistas da música popular da época, como Carmem Miranda e Ary Barroso. O destaque nessa época é a rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro.


A programação que antes, nos anos 20, era composta por músicas clássicas, palestras e outros assuntos que interessavam à elite brasileira, agora, a partir dos anos 30, passa a contar com programas de auditório, concursos de calouros, transmissão de partidas de futebol, shows de humor e radioteatro.


Em agosto de 1933, é gravada em disco a música As Cinco Estações do Ano. A composição de Lamartine Babo é interpretada pelo próprio Lamartine, juntamente com Almirante, Carmem Miranda e Mário Reis. A letra fala com bom humor das 5 estações de rádio mais famosas da época: Educadora Paulista, Philips, Sociedade do RJ, Club do Brasil (RJ) e Mayrink Veiga.





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