Estiagem e custos elevados de produção impactam na agricultura do Sul - a podcast by Radio Cidade em Dia

from 2022-01-12T11:26:53

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Santa Catarina recebe nesta quarta-feira (12), a partir das 16 horas, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Em Chapecó, ela e o governador Carlos Moisés se reúnem com prefeitos e lideranças do agronegócio catarinense para apresentar medidas de apoio aos produtores rurais atingidos pela estiagem.


A estiagem tem sido causada pelo baixo volume de chuvas nas regiões Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. A média atual de precipitações nesses locais não chega a 50 milímetros, sendo que o esperado seria uma média em torno de 150 milímetros. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, a principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho, tanto do milho grão quanto de silagem, que deve impactar diretamente nas cadeias produtivas de carne e leite.


Lozivânio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, afirma que a seca também traz preocupação no trato dos animais com a água. Segundo ele, a situação da suinocultura, por exemplo, é complicada e isso deve elevar o preço de muitos produtos. “Nós estamos em uma situação, principalmente no mercado independente de suinocultura, de desespero muito grande porque não se vê uma alternativa”, afirmou.


A Federação da Agricultura no Estado de Santa Catarina (Faesc) tem monitorado essa situação desde o primeiro momento, já quando se anunciava a seca através do El Niño. Enori Barbieri, vice-presidente da Federação, reforçou que a seca pegou principalmente a lavoura de milho. No oeste, a quebra da safra deve ser de 50%, enquanto no estado, chega a 20%.


Segundo Barbieri, a safra brasileira, porém, é alta e deve abastecer o mercado interno. Entretanto, os custos de produção estão elevados e a demanda está achatada. A rentabilidade deve ser bem mais baixa e isso já deve impactar nas produções do sul do estado. “Um exemplo é a questão do arroz, que está com o custo de produção acima daquilo que está pagando no mercado ao produtor e isso se faz porque o mercado interno não assimilou novos custos e o produtor não tem o que fazer a não ser vender o seu produto. A Faesc está preocupada com a estiagem, mas também com a elevação dos custos de produção”, analisou Barbieri.


Apesar de todos os problemas, não vai faltar insumo, segundo Lozivânio de Lorenzi. O que talvez falte é outra coisa tão importante quanto: o dinheiro. “Precisamos fazer com que tenhamos boas safras para depois recuperar. Não tem muito o que fazer, porque o dólar está alto, temos que importar. Uma coisa é certa: não vai faltar insumo, mas vai faltar dinheiro para o produtor colocar esse insumo dentro da propriedade”, observou Lorenzi.


O que tem faltado mesmo é chuva. Segundo o secretário de estado da agricultura e da pesca, Altair Silva, Santa Catarina inicia 2022 num déficit hídrico. As chuvas devem se normalizar apenas a partir de março. “Vamos ter um longo período de trabalho de atendimento ao produtor com o transporte de água”, finalizou Silva.


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